Maconha

Quais são as consequências do uso prolongado da maconha?

A manifestação tardia de alguns problemas torna a conscientização mais difícil. Sem perceber esses efeitos negativos, o usuário pode se render à ideia de que o consumo não traz tantos prejuízos. Vale a pena, portanto, buscar informações sérias e até aprender com as experiências vividas por outras pessoas.

Cabe destacar que a maconha é lipossolúvel. Significa que, em contato com o nosso corpo, ela se liga às moléculas de gordura responsáveis por diluí-la. Isso contribui para que a substância permaneça mais tempo no sistema nervoso central, favorecendo várias comorbidades. Confira as principais.

Perda de memória

O uso da maconha traz um efeito devastador na chamada memória de curto prazo. Ela é gerenciada no cérebro, mais especificamente no hipocampo, essencialmente ligado às funções de aprendizagem no ser humano. Em um organismo afetado pela droga, o cérebro é impedido de registrar novas memórias.

Assim, o uso prolongado da droga pode dificultar a assimilação de coisas simples, como as regras de legislação para tirar a carteira de motorista ou os procedimentos básicos para viajar de avião. O indivíduo receberá as informações, mas, ao precisar acioná-las em seu cérebro, terá mais dificuldade que o normal. Em alguns casos, simplesmente não vai conseguir retomar esses dados.

Trata-se de uma importante reflexão a ser feita, pois esses exemplos do cotidiano, a princípio, parecem simples de cumprir. No entanto, a habilidade para executar desde simples tarefas tende a diminuir consideravelmente com o consumo regular de drogas como a maconha.

Desencadeamento de comportamentos violentos

Com o nível de raciocínio diminuído ou mais lento, a percepção da vida é bastante afetada. A dependência, que será abordada a seguir, passa a comandar muitas ações do consumidor de cannabis, que pode tomar atitudes a todo custo para alimentar o constante estado eufórico que o efeito do entorpecente provoca.

Não é incomum, por exemplo, que dependentes químicos e usuários de maconha contraiam dívidas, tenham comportamentos violentos e proporcionem outros males à sua vida e à de quem está à sua volta. Ou seja, os efeitos da droga são bidirecionais, afetando tanto a saúde quanto o ambiente em que os usuários vivem.

É importante que a família e pessoas mais próximas estejam sempre alertas, pois a violência pode acontecer a qualquer momento, sendo comum que os dependentes cometam roubos, furtos e, caso o grau de dependência seja maior, cheguem até mesmo a matar alguém.

Dependência

A dependência de qualquer tipo de tóxicos vai variar de uma pessoa para outra, pois tem relação direta com a idade, genética e condições mentais existentes. Quanto mais jovem for o usuário, mais intensos serão os efeitos e os danos ao organismo, especialmente no desenvolvimento mental.

É importante ressaltar que a dependência ocorre porque o cérebro vai se ajustar à substância e, assim, reduzir o número de receptores e a função da dopamina. Quando isso acontece, o dependente passa a usar uma quantidade cada vez maior da droga, buscando experimentar o efeito de antes.

A dependência é desencadeada pelo organismo que, uma vez acostumado com a utilização da droga, demanda doses maiores para se satisfazer. Caso essa necessidade não seja satisfeita, surgem os efeitos da abstinência, como desconforto generalizado, irritabilidade e angústia.

As sensações colaterais da dependência impulsionam o usuário a buscar novamente a droga para aliviar suas novas crises e, por que não, suas dores e carências emocionais. O problema é que a sensação de alívio dura pouco tempo, motivando a pessoa a estar sempre em busca de repeti-la.

Outro fator importante da dependência é que, por ser uma resposta do organismo, é muito difícil a pessoa iniciar o uso de alguma substância entorpecente e não ficar submissa a ele. Isso explica por que tantos indivíduos precisam recorrer à ajuda de terceiros, o que inclui profissionais especializados no tratamento.

Doenças pulmonares e cardíacas

O consumo da maconha envolve sua queima e consequente absorção pelo aparelho respiratório. Portanto, é impossível que o pulmão não sofra com os efeitos do uso prolongado dessa droga. Quando ela é queimada, outros elementos tóxicos são absorvidos pelo organismo, como amônia e cianeto de hidrogênio.

Com o tempo, o usuário da droga desenvolve tosse crônica, dificuldades respiratórias e produz catarros e muco em excesso, entupindo frequentemente as vias nasais. Essas ocorrências podem, por exemplo, impedir ou diminuir a capacidade de uma pessoa de caminhar, praticar esportes e fazer outras atividades normais do dia a dia.

O componente ativo da maconha, o tetra-hidrocarbinol (THC), responsável pelos efeitos alucinógenos e de relaxamento do corpo, é transportado no organismo por meio do sangue. Além do THC, várias substâncias tóxicas também são lançadas na corrente sanguínea, causando aceleração dos batimentos cardíacos.

Segundo estudos realizados nos EUA, pessoas com doenças cardíacas preexistentes, desconhecidas ou não, agravam os efeitos de suas doenças ao utilizarem a maconha. O uso da droga está associado a problemas como angina, cardiomiopatia e outras condições cardiovasculares graves.

Aumento do risco para desenvolvimento de transtornos mentais e psiquiátricos

Se um indivíduo tem propensão ao desenvolvimento de transtornos de ordem mental ou psiquiátrica, a maconha poderá iniciar seu desencadeamento. Isso porque o efeito entorpecente do THC acaba alterando a estrutura fisiológica das células do cérebro.

Riscos como a aceleração da esquizofrenia e outros distúrbios psicóticos podem afastar ainda mais o indivíduo do convívio em sociedade. Cria-se, assim, um círculo vicioso, pautado no acúmulo de motivações para que ele continue procurando a droga.

Transtornos afetivos de bipolaridade, de ansiedade e ataque de pânico, depressão e humor podem, inclusive, ter seus efeitos e surtos ampliados com o uso da cannabis. Isso vale também para os impactos negativos nas fases agudas do uso da maconha.

A ansiedade, por exemplo, é considerada um mal da sociedade, e muitas pessoas fazem relatos sobre seus efeitos danosos. Porém, pode ser tratada de diversas maneiras, inclusive sem interferências clínicas, por meio da prática de atividades físicas e do acompanhamento psicológico.

Quais são os efeitos do uso da maconha em adolescentes?

organismo do adolescente enfrenta uma das maiores revoluções hormonais de toda a vida. Se isso muitas vezes deixa o jovem confuso sobre seus sentimentos, a ponto de despertar seu interesse por alívios imediatos, também potencializa os efeitos da maconha em seu corpo.

Pesquisas já observaram as consequências da droga no organismo desses grupos. Um estudo conduzido pela Universidade Duke demonstrou que pessoas que começaram a consumir maconha ainda na adolescência perderam ao menos 8 pontos em avaliações de QI entre seus 13 e 38 anos.

A grande questão não está no teste em si, mas no fator inteligência e na capacidade de raciocínio que, mesmo depois da interrupção do uso da droga, não foram recuperados. Muitos pais incentivam o uso de cannabis na adolescência, sem conhecer os efeitos que podem acompanhar o jovem por toda a vida.

Quando um adolescente utiliza a droga, fragiliza todo seu sistema, muitas vezes potencializando alguma fraqueza que pode trazer danos irreversíveis à vida. Alguns indivíduos ficam mais suscetíveis a desenvolver depressão e, no pior dos cenários, tentativas de suicídio.

Os efeitos do uso da maconha trazem uma série de consequências negativas, gerando carências emocionais e de autoestima. Muitas vezes, tais carências fragilizam ainda mais o usuário, que busca na droga a solução para os problemas que ela mesmo tende a agravar.

Problemas como depressão, ansiedade, baixo desempenho escolar, entre outros, podem ser administrados com soluções muito mais eficazes, saudáveis e definitivas. Muitas, inclusive, são fáceis de incluir na rotina para que se tornem um estilo de vida.

Quais são os sinais de dependência de maconha?

A ação ambígua do THC faz com que os efeitos variem de uma pessoa para outra. Ainda assim, existem diversas evidências que apontam para a possibilidade de qualquer usuário desenvolver a temida dependência química.

Uma boa prova está na ilegalidade da comercialização e do consumo da erva para fins não terapêuticos, bem como no aparecimento das chamadas crises de abstinência, muitas vezes marcadas por irritabilidade e outros desconfortos.

A seguir, você confere os principais sinais físicos e psicológicos que costumam indicar dependência da droga.

Variações constantes de humor

Mudanças no estado geral são comuns em certas ocasiões. O problema é quando a pessoa passa a intercalar sentimentos positivos e negativos de forma recorrente, em uma frequência de várias vezes ao dia. Vale lembrar que a cannabis pode causar desde felicidade e relaxamento até angústia e preocupações exageradas.

A variação de humor cria um cenário de angústia para quem convive com o usuário em estado de codependência química. Ela prejudica ainda mais os perfis que têm histórico familiar de ansiedade, por exemplo. Nesses casos, pode ser um gatilho para o despertar de emoções negativas, que levam o indivíduo a ter pensamentos ruins ou cometer atos arriscados.

Alterações no apetite

O consumo da maconha reduz a atividade motora, o que colabora para a diminuição da temperatura do corpo. Nessa situação, o sistema digestório é ativado pela hipotermia, aumentando a sensação de fome e fazendo com que a pessoa tenha vontade de comer.

Assim, quando se acostuma a usar a droga para abrir o apetite, o indivíduo tende a descuidar da alimentação nos momentos em que dispensa o THC. Isso contribui para a queda no número de refeições, o que acaba, muitas vezes, levando à perda rápida de peso.

Tendência ao isolamento social

A introspecção é um forte sinal de dependência química de drogas, já que permite ao usuário se concentrar apenas naquilo que considera sua principal fonte de prazer. Nesse sentido, é comum que o consumo da maconha aumente o desejo de se isolar e evitar o contato com diferentes grupos.

A pessoa pode deixar de se encontrar com os amigos que costumava visitar e arranjar desculpas frequentes para não interagir com os familiares. Esse afastamento inicial acaba impactando a participação em outras atividades, como as da faculdade e até do ambiente de trabalho.

Crises de alucinação

Como resultado das intensas variações de humor, o indivíduo também pode ter surtos sem razã

Tendência ao isolamento social

A introspecção é um forte sinal de dependência química de drogas, já que permite ao usuário se concentrar apenas naquilo que considera sua principal fonte de prazer. Nesse sentido, é comum que o consumo da maconha aumente o desejo de se isolar e evitar o contato com diferentes grupos.

A pessoa pode deixar de se encontrar com os amigos que costumava visitar e arranjar desculpas frequentes para não interagir com os familiares. Esse afastamento inicial acaba impactando a participação em outras atividades, como as da faculdade e até do ambiente de trabalho.

Crises de alucinação

Como resultado das intensas variações de humor, o indivíduo também pode ter surtos sem razão aparente. Para quem vê de fora, é comum ter a percepção de que a pessoa perdeu a noção da realidade ou interpretou uma simples mensagem da forma errada.

As substâncias presentes na planta podem causar despersonalização e alucinações. O usuário pode se sentir mal com os delírios e agir conforme os pensamentos confusos. Nessa condição, sua capacidade mental fica perturbada e distorce os estímulos de um modo que altera a capacidade de raciocínio.

Insônia e agitação noturna

Ainda que proporcione relaxamento imediato, o uso prolongado da maconha pode afetar a qualidade do sono. Parte desse efeito ocorre por conta das alucinações, que deixam a pessoa agitada e atenta, tanto ao ambiente quanto aos seus próprios pensamentos. Isso pode fazer com que tenha dificuldade para dormir no horário desejado.

Como consequência da insônia, o indivíduo também tende a sentir mais fadiga durante o dia. Afinal, não proporcionou o descanso adequado ao corpo e ao cérebro. Disso surgem episódios repetidos de sonolência diurna, condição que atrapalha os estudos, o trabalho e até os programas de lazer.

Como se dá o tratamento para a dependência da maconha?

Não é fácil enfrentar qualquer tipo de vício por contra própria. Muitos casos exigem mais que força de vontade por parte do adicto, e isso inclui trabalhos que envolvam o apoio de pessoas próximas e de profissionais da área da saúde.

O primeiro passo para combater a dependência de drogas é o reconhecimento desse estado. Ou seja, o usuário de maconha precisa aceitar sua realidade e ter consciência de que precisa buscar ajuda. Isso fará com que encontre suporte quanto antes, evitando maiores danos.

Em determinadas situações, dependendo do perfil do usuário de cannabis, pode haver necessidade de um processo de desintoxicação do organismo. Felizmente, existem instituições especializadas em saúde mental que cuidam dessa parte por meio da internação.

Assim, quem é dependente químico consegue encontrar a abordagem mais adequada para lidar com o quadro e evitar recaídas. O Hospital Santa Mônica é referência entre os nomes que disponibilizam tratamentos apoiados em recursos da Psiquiatria moderna e em equipes multidisciplinares.

A instituição oferece dois tipos de internação: voluntária e involuntária (compulsória). Ambas são eficazes para a recuperação da saúde do usuário de maconha, de modo a proteger sua integridade e evitar riscos às pessoas que fazem parte da sua vida.

Se você faz parte do grupo que busca ajuda contra a dependência de maconha ou conhece alguém que precisa dessa intervenção, pode contar com o Hospital Santa Mônica para iniciar o tratamento. Aqui, o paciente terá o auxílio de profissionais experientes para recuperar o bem-estar e retomar sua rotina normal.

Agora que você já está consciente sobre os efeitos da maconha no organismo, entre em contato conosco para saber mais sobre a abordagem do HSM.